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As notas do seu ministério podem estar desafinadas

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A igreja brasileira vive um problema: desequilíbrio. Umas tendem mais para o tradicionalismo enquanto outras para a criatividade; umas valorizam a missão intramuros enquanto outras a missão extramuros. Na verdade, tudo isso acontece pela ausência de entendimento das ordenanças de Jesus. Hoje, abordaremos esse tema com ênfase na missão apostólica. Tentaremos falar sobre algumas lacunas observadas até o momento com o auxílio do artigo Igreja Apostólica: as raízes do corpo, do teólogo Guilherme Franco, que pode ser encontrada no livro Igreja Sinfônica, organizado por Pedro Lins.

Igreja apostólica: o que é isso?

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Antes de explicar o conceito de igreja apostólica é preciso retornar ao Concílio de Constantinopla (ano 381), onde se construiu o Credo Niceno-Constantinopolitano – aceito por todas as igrejas cristãs para descrever as quatro marcas da igreja verdadeira: una, santa, católica e apostólica. Os dois primeiros carregam uma tradução similar à própria nomenclatura, mas os termos “católico” e “apostólico” podem gerar dúvidas. O primeiro diz sobre a presença da “igreja em todo o mundo e o compartilhamento da única fé verdadeira por todos os cristãos”.* A igreja católica poderia, portanto, ser traduzida (de forma simplória) por igreja universal. Já a igreja apostólica está relacionada ao dever missional da igreja. Afinal, o termo “enviado” em grego deu origem à palavra apóstolo em português. Quando falamos sobre igreja apostólica, portanto, estamos dizendo de coletividade e expansão.

O problema da falta de entendimento da missão apostólica

A ausência de entendimento da missão apostólica diz não só sobre a falta de equilíbrio da compreensão do credo, como também sobre o exagero. Há quem se identifique mais com um ponto e o pratique esquecendo-se dos outros .

“É imperativo, portanto, que resgatemos o conceito da apostolicidade como direcionador do propósito e da missão das nossas igrejas.” Guilherme Franco, Igreja Sinfônica, p.86.

É fundamental a construção harmônica da igreja baseada nos pilares do credo. O que vemos, entretanto, é o enfraquecimento da vida em comunidade em detrimento da força ortodoxa e teológica ou o congelamento do tradicionalismo pela não aceitação do novo/criativo por medo de enfraquecer a vitalidade da sã doutrina.

Para que você entenda do que estamos falando, vamos a um exemplo prático:

Certo teólogo e pastor foi abordado por um morador de rua. O moribundo contou sua história e de como as drogas acabaram com aquilo que fora construído por ele ao longo dos anos. Nesse momento, o pastor foi confrontado: ou lhe dava apenas uma esmola ou libertava o homem de seus temores por meio de ações. Graças a Deus, o pastor escolheu a segunda opção e levou o homem até uma clínica de reabilitação, pregando a palavra e acompanhando seu crescimento e a obra de Cristo em sua vida.

O que queremos dizer aqui é que, na maioria das vezes, o ministério ocupa a nossa vida de tal maneira que nos preocupamos mais em expor a sã doutrina à igreja – elaborar sermões, atender os membros no gabinete pastoral, preparar palestras – do que amar ao  próximo com ações e libertá-los de seus temores como Jesus Cristo fez conosco.

“Como igreja apostólica que somos, precisamos resgatar a importância da vida em comunidade. O Corpo de Cristo é essencialmente ligação, e não independência. O apóstolo Paulo deixou claro que, quando um sofre, todos sofrem (1 Co 12).”  Guilherme Franco, Igreja Sinfônica, p.89

Não podemos, portanto, fechar os olhos para a dor do outro e daquele que ainda não foi convertido. A verdade é que essa discussão também passa pelo peso da missão intramuros x missão extramuros. Perceba que a ausência de equilíbrio pode afetar tanto um lado como o outro.

“Se o projeto eclesiástico intramuros é importante, torna-se danoso pensar na possibilidade de viver um evangelho saudável desconectado do trabalho extramuros. Nossa frieza ao olhar os problemas sociais ao nosso redor e o nosso não envolvimento com os mais necessitados não é apenas desobediência. Essa frieza revela que existe algo muito errado, desafinado, com nosso coração e nosso relacionamento com Deus, pois a vontade dele também deveria ser, naturalmente, a nossa.” Guilherme Franco, Igreja Sinfônica, p.91

Igreja saudável

Guilherme Franco deixa claro que a igreja saudável é aquela que tem harmonia e que está afinada entre “as importâncias da ortodoxia, da história da igreja e suas raízes com os trabalhos eclesiásticos, que vão muito além dos cultos dominicais”. A igreja saudável é, portanto, uma igreja que transita com equilíbrio entre doutrina, comunhão e expansão.

No Brasil, com tantos índices de desigualdade social, a igreja pode e deve ser agente de transformação. A missão extramuros não é só fundamental como vem de encontro à vontade de Deus para a nossa nação.

Conclusão

Refletir se as notas do nosso ministério estão desafinadas nos levarão de encontro ao equilíbrio. Para alcançá-lo é preciso estar disponível e preparado para o enfrentamento.  Só saberemos o que estamos deixando escapar se observarmos o todo.

De toda forma, ore a Deus para que o seu coração esteja imerso na graça e no amor. Dessa forma, os afazeres do ministério não serão uma ameaça e o seu coração estará cheio de compaixão pelo próximo. A doutrina só faz sentido se puder ser aplicada àqueles que necessitam.

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