Por: Daniel Clós Cesar
Faz um tempo li um artigo de um autor que inventou toda uma historinha de um velhinho bondoso para dizer que não havia inferno (e pelos comentários muitos acharam a idéia muito boa), também faz um tempo, ouvi um crente de longa data, solicitar que eu orasse por um parente recentemente falecido, para que ele fosse salvo, para que Deus lembrasse dele após a sua morte e o perdoasse… lamentei, pois foi Cristo que morreu para dar perdão, não eu… eu nada podia fazer… afinal, será que temos vergonha do evangelho quando inventamos e ignoramos a palavra por algo, digamos, mais politicamente correto?
Paulo aconselha a Timóteo que ele guarde a boa doutrina, no entanto hoje tememos que ela possa ser arcaica, “machista” ou preconceituosa, nem mesmo cogitamos a palavra doutrina… ela remete a saia comprida e terno… e conforme o mundo muda a abandonamos, não a saia e o terno, mas a sã doutrina… assim, o próprio lago de fogo eterno, criado para satanás e seus anjos (Mt 25.41), mas que pelo pecado tornaram-se também o fim daqueles que não aceitaram o Salvador (Ap 19-21), deixou de ser algo real e tornou-se um lugar psicológico ou apenas teórico… um faz-de-conta de Cristo para explicar uma coisa sem explicação, a ausência não compreendida pelo homem, e também por aqueles que não acreditam em nada, senão nas suas próprias convicções. Ainda que em nenhum momento de sua vida documentada, Jesus tenha falado algo com meias palavras.
Alguns tem achado que é melhor dizer para o amigo ímpio que se ele não aceitar a Cristo irá sumir como vapor do que dizer: “tua eternidade será de dor e eu por te amar não quero isso, e Cristo por te amar morreu por ti”… pois não é sem razão que Cristo diz: “quem não crer será condenado”. (Mc 16.16)… Acontece que para alguns, principalmente os que “emergem” das igrejas, Deus deixou de ser bom e passou a ser bonzinho e a Sua Justiça (quase sempre não compreendida por nós) agora é comparada ao trapo de imundícia que os homens carregam em seus corações, ao que denominam: justiça.
O apóstolo Paulo nos ensina muito sobre a justiça de Deus quando escreve sobre a escolha de Rebeca quanto a que filho deveria privilegiar na benção de Isaque (Rm 9). Na nossa justiça, todos os anos vemos algum pastor pregar que Rebeca agiu de forma errada, ela e Jacó não deviam ter enganado a Isaque… no entanto Deus já havia dito para Rebeca: “O maior servirá o menor”… Rebeca obedeceu ao Senhor… a justiça do Senhor é essa, é aquilo que Ele decide não aquilo que o homem pode fazer por ele mesmo, não o que ele acha poder fazer por ele mesmo ou pelo outro… você entregou sua vida a Cristo, tenho uma novidade para você, ela não é mais tua, mas Dele… não gostou da negociação, peça-a de volta, você a ganhará para a perder.
Hoje também ficou difícil dizer para alguém que se ele não aceitar a Cristo ele irá para o inferno, isso não junta ninguém dentro de um templo… pode até juntar um que outro, mas não as massas… então alguns preferem dizer que se aceitar a Cristo sua vida será de bênçãos e prosperidade… ignorante, condenas um cego duas vezes, pois não lhes ensina a verdade e o conduz para um caminho de perdição… é difícil dizer para um amigo que pelo irmão morto ele nada mais pode fazer, mas ele não será enganado… e nisso reside a Justiça de Deus, o falar a Verdade… e te sucederá o mesmo que Paulo falou a Timóteo: “Salvará a ti mesmo e aqueles que te ouvem.” (I Tm 4.16).
Não faço apologia a Teologia do Medo… não devemos sair e pregar que o diabo vai acabar com tua vida se você não der o dízimo porque isso é uma “brecha”… em absoluto não deve ser essa nossa pregação, pois Deus é amor e o cumprir a lei está em amar o próximo como a si próprio (Gl 5.14)… o amor de Deus superou tudo, o filho, Cristo Jesus, venceu a morte e derrotou o inferno decretando o fim de satanás e de todo o poder das trevas que nada são para aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro e que pela Cruz foram mortos para mundo mas ressuscitaram com Cristo e com Ele reinaram na eternidade.
Portanto, não nos envergonhemos do evangelho, ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. “Para todo aquele que crê”. Creia no céu, creia também no inferno, não como quem teme a morte, mas como quem sabe de onde Cristo o tirou e que consegue ver até onde Cristo foi por amor… acredite, faça pelo seu próximo agora, fale a verdade para seu próximo agora… ele não terá outra chance… “guarda a sã doutrina, salva-te a ti mesmo e aqueles que te escutam”.
Daniel Clós Cesar
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