Art Moore
Os cristãos não devem ignorar o evangelho social de cuidar dos pobres por medo de “parecerem o Partido Comunista,” declarou o Papa Francisco.
Em sua homilia na missa de terça-feira na residência de Santa Marta, no Vaticano, ele enfatizou: “Somos todos responsáveis uns pelos outros, especialmente pelos pobres e necessitados, embora muitas vezes tentemos desistir desse dever,” informou o Breitbart News.
Francisco disse que os cristãos tentam aliviar a consciência “um pouco dando esmolas, desde que não lhes cause dor demais,” porque temem que “com essas coisas sociais a Igreja acabe parecendo o Partido Comunista, e isso nos incomoda.”
“Tudo bem, mas foi o Senhor quem disse: ‘Onde está seu irmão?’ Não foi o partido, foi o Senhor,” disse o papa.
Citando a história de Gênesis de Caim e Abel, ele disse que Deus está fazendo a todos hoje a pergunta desconfortável que ele perguntou a Caim: “Onde está seu irmão?”
Por “seu irmão,” disse o papa, Jesus quer dizer “os famintos, os doentes, os presos, os perseguidos por causa da justiça.”
Ele disse que todos deveriam receber a palavra do Senhor pessoalmente.
“O Senhor me pergunta: ‘Onde está seu irmão?’ E depois coloca o nome dos irmãos que o Senhor nomeia no capítulo 25 de Mateus: os doentes, os famintos, os que têm sede, os que não têm roupas, aquele irmãozinho quem não pode ir à escola, o viciado em drogas, o preso. Onde está cada um deles, cada um desses irmãos?”
Será que o papa é…?
Em 1949, um documento da Igreja Católica Romana aprovado pelo Papa Pio XII declarou que os católicos que professassem a doutrina comunista deveriam ser excomungados como apóstatas da fé cristã.
Mas, em 2015, a BBC News levantou a questão que está na mente de muitos fiéis católicos durante o papado de Francisco: “Será que o papa é um comunista?”
Suas “críticas à economia de livre mercado fizeram dele um ícone da esquerda e levaram a alegações de que ele é um comunista,” disse a matéria de destaque da revista da BBC.
A reportagem citou Stephen Moore, da Fundação Heritage, ele próprio católico, dizendo que há “muito ceticismo” entre os católicos americanos.
“Acho que este é um papa que claramente tem algumas tendências marxistas,” disse Moore. “É inquestionável que ele tem um ceticismo muito explícito (sobre) capitalismo e livre iniciativa e… Eu acho isso muito preocupante.”
O site Catholic Online em 2013 insistiu em que a resposta à pergunta da BBC é enfaticamente não.
“O papa Francisco está simplesmente reafirmando o ensino católico,” disse o site. “Ele também está modelando um comportamento muito necessário.”
O papa enfatiza a desigualdade entre ricos e pobres, disse a Catholic Online.
“Desigualdade na riqueza significa menos oportunidades e menos liberdade para as pessoas no fundo da escala socioeconômica. Essas pessoas se tornam mais propensas a adotar ideais socialistas e comunistas, que podem ser muito nacionalistas e opostos à liberdade religiosa ou ao Cristianismo.”
No entanto, as estatísticas mostram que com a ascensão da livre iniciativa global, bilhões de pessoas foram retiradas da pobreza.
O jornal Daily Wire de 2017 apontou para cinco indicadores:
- O número de pessoas que vivem em extrema pobreza no mundo diminuiu em 80% de 1970 a 2006.
- Cerca de 94 por cento da população mundial viviam em 1820. Em 2011, era apenas 17 por cento, de acordo com Martin Roeser, da Universidade de Oxford.
- Globalmente, as pessoas nas faixas de renda mais baixa e média tiveram aumentos salarial de 40% de 1988 a 2008, de acordo com Ben Southwood, do Instituto Adam Smith.
- O mundo está 120 vezes melhor hoje do que em 1800, como resultado do capitalismo, de acordo com Steven Horwitz da Fundação para a Educação Econômica (FEE), citando a autora Deidre McCloskey.
- As taxas de mortalidade de crianças com menos de 5 anos diminuíram em 49% entre 1990 e 2013, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.
Fonte: Julio Severo.